Um ano sem o Museu do Forte São Marcelo
Foto: Google |
A chegada do novo ano (2012), não trouxe a boa nova prometida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), de que iria reabrir ao público o Forte São Marcelo, restaurado e voltado para a cultura e as artes. Aliás, o Iphan, tem falhado, sistematicamente, em dar continuidade de funcionamento aos monumentos que restaura, quando restauram. Tomemos como exemplo, o caso do próprio Forte de São Marcelo: restaurado em 1967, voltou ao estado de abandono sem sediar o propalado Museu do Atlântico Sul; Nos anos 80, novamente restaurado, ganhou: iluminação, sanitários públicos, telefone, impermeabilização, pintura, cabos submarinos de energia e telefonia, píer e flutuante, portas de blindex em todas as suas 30 celas, entre outras benfeitorias. Não se deu uma função nobre ao forte, além do cadeado que lacrou o seu secular portão de acesso. Os marginais do entorno, logo descobriram o descaso do Iphan, arrombaram o cadeado, apossaram-se do forte e o transformaram num antro de prostituição e drogas, levando marinheiros de embarcações estrangeiras e prostitutas aliciadas no bairro do Comércio para as noitadas no forte, regadas a bebidas, sexo e drogas.
Foto por Samory Pereira Santos. CC-BY-SA 2.0 |
De vez em quando, morria uma dessas profissionais do sexo, transportadas em “catraias” pequenas e sem a mínima segurança. A Imprensa registrava o acidente sem se reportar ao que estava por trás, mesmo porque, não sabia o que realmente acontecia. Durante anos o forte assim viveu, esquecido pelo Iphan, pela mídia e pelos administradores públicos da Cidade do Salvador.
O velho forte teve suas benfeitorias destruídas, roubadas e suas instalações vilipendiadas, até que, em meados dos anos 90, dois jovens idealistas invadiram o forte com o objetivo de despertar e comprometer a mídia para a causa do seu abandono. Por haverem se associado a pessoas erradas, tiveram que abandonar o projeto, pouco tempo depois. Após alguns anos ocupado por um senhor de nome José Aureliano, mais conhecido como “Zé de Patú”, sem que o Iphan tomasse conhecimento do que estava acontecendo no forte ou com o forte, recebeu, da Associação Brasileira dos Amigos das Fortificações Militares e Sítios Históricos (ABRAF), em dezembro de 1999, uma proposta para ocupar, restaurar e abrir o forte à visitação pública, após visitar o monumento com uma delegação de oficiais do Estado-Maior do Exército.
As negociações demoraram sete meses, após os quais, foi assinado um Termo de Cessão de Uso entre os interessados, estabelecendo o “modus vivendi” dos contratantes, durante os próximos 10 (dez) anos, com final previsto para 13 de julho do ano de 2010, caso não houvesse interesse entre as partes em continuar com a parceria.
(continua no próximo artigo!)
Anésio Ferreira Leite
Diretor Presidente da ABRAF
Trabalhei por de 1 ano e meio a 2 anos no Forte São Marcelo (2008-2010) e constatei o valor que este museu tem para a Historia e Antropologia de Salvador...
ResponderExcluirEntender que se mude as pessoas que estão momentaneamente em cargos administrativos para depois muda-las de locais de trabalhos, mudando os responsáveis por cada museu, de tempos em tempos, é completamente compreensível.
Entendo também a mudança na maneira de se operar o Museu.
MAS fechar um museu deveria ser crime inafiançável! Qualquer museu... E num pais deste q tem sua cultura como coisa descartavl e sem valor; ai sim os museus, dentre outras coisas relacionadas à cultura, é que teriam que ter prioridade de operação junto ao Povo: o povo tem q sber ler, ter saúde e tmbem ter MemÓria e os museus cuidam de nossa memória!
Talvez, no futuro, quando so restarem as ruinas do Sao Marcelo no meio do mar, ai sim o governo mande levas de pesquisadores tentarem achar fotos antigas de como era esse lugar e o que se fazia de util nele!
O pior é que Museu nao da Voto e nem Ibope!
UMA PENA MESMO!
Ednei Alessandro - Ator
http://arteevidaplatonica.blogspot.com