PENSAR SALVADOR (3)
Certa feita encontramos um artesão expondo os seus produtos na porta de uma loja de móveis no bairro de São Cristóvão. Daquele momento em diante começamos a pensar na utilização de uma praça da cidade para ali implantar uma feira de artesanato, que pudesse funcionar como um espaço comercial para os artesãos independentes, aqueles que não dispõem de recursos suficientes para ter uma loja, quiosque ou outro espaço para expor e comercializar a sua produção artística.
Praça da República - SP Foto: Google |
Uma feira como a que existe na Praça da República em São Paulo. A área do antigo aeroclube de Salvador, no bairro de Armação e Boca do Rio, seria muito propícia para tal finalidade, por ser um espaço amplo e que permite o estacionamento de veículos. A praça do Campo Grande seria um outro local adequado para a implantação de um projeto do tipo. Essa feira deveria funcionar todos os fins de semana, sistematicamente, tornando-se uma atração turística.
Chegamos a tentar implementá-la no Museu do Forte São Marcelo. O local não é tão espaçoso para permitir a participação de todos os artesãos, mas poderia funcionar como um atrativo turístico, se não dependesse da aprovação do Iphan, que enxerga a presença de pessoas nos monumentos históricos como fator de destruição do patrimônio. Ideia e postura que contesto frontalmente! No nosso entender a síndrome do monumento abandonado, é mais nociva, causa maior estrago.
Dois outros projetos que poderiam ser desenvolvidos e patrocinados pela Secretaria de Cultura, Secretaria de Turismo, Bahiatursa, ou Saltur, seria música na praça ou teatro na praça. Conjuntos musicais e artistas poderiam se apresentar regularmente. Peças teatrais seriam encenadas, semanalmente, em datas agendadas e previamente divulgadas. Funcionaria como um projeto educativo de formação de platéia.
Orquestra Sinfônica da Bahia Foto: Google |
O Pelourinho como cenário colonial, deveria ser palco de apresentações sistemáticas da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), para turistas e soteropolitanos. Por que não? Ações como essas poderiam refinar o gosto musical do público, fazendo-o apreciar a música erudita, acabando com o preconceito de que música boa tem que ser popular e baixaria, como na boquinha da garrafa e outras.
A política de cultura deveria privilegiar projetos como esses, estar voltada para oferecer aos visitantes produtos de qualidade para, assim, melhorar o gosto do povo. Não que o que eles façam não seja cultura, é cultura. Mais uma cultura que muitas vezes passa uma falsa idéia do nosso povo, das nossas mulheres... para pior.
Anésio Ferreira Leite é militar,
formado em Administração de empresas e
Diretor Presidente da ABRAF
+55 71 9122-8776
+55 71 8882-8776
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