MUSEU DO FORTE SÃO MARCELO - A INAUGURAÇÃO (2006)





  



A inauguração do Museu do Forte São Marcelo foi um momento de rara beleza, inesquecível sob todos os aspectos. Soprava uma brisa suave a acariciar o rosto dos convidados. O mar estava calmo e sereno como a convidar para uma reflexão. Todo o píer estava coberto com um tapete vermelho. As autoridades e convidados começaram a chegar ainda com a luz do dia para uma solenidade prevista para as vinte horas. Era algo inusitado, desconhecido, queriam ver o pôr-do-sol e apreciar a cidade do Salvador, vista do mar, queriam aproveitar ao máximo a oportunidade. O Forte estava exuberante, as pessoas cruzavam de um lado para o outro, entrando nas celas, subindo ao torreão central ou ao anel perimetral, descendo ao terrapleno interior ou ao píer ou fazendo uma parada na loja de souvenirs que, diga-se de passagem, estava bastante convidativa, pela originalidade dos artigos, voltados para o resgate dos fatos, imagens e equipamentos da arte da guerra e da atividade militar. 



O museu foi concebido dentro da seguinte temática, memórias do mar, memórias do forte e memórias da cidade. 

Em memórias do mar, contávamos a história das grandes navegações, do destino que era a baía de todos os Santos, da saga portuguesa pelo mundo, do porto de Salvador, dos trapiches, dos produtos exportados, dos engenhos do recôncavo, dos ataques de piratas e corsários, da cobiça européia pelo novo mundo, dos naufrágios. Um painel com um poema de Fernando Pessoa sintetizava essa epopeia. Duas atividades coroavam essas memórias, um passeio submerso nas águas da grande baía, num simulador, para conhecimento da fauna e flora, bem como de navios naufragados e um vídeo, com voz e imagens, de relatos de náufragos sobreviventes que contaram o drama vivido. 

Sala do Porto - Memórias do Mar


Em memórias do forte, contávamos a história da construção do monumento, dos engenheiros, dos detalhes construtivos, da vida do homem no forte, dos salários, dos castigos físicos, o que comiam, como dormiam, os utensílios que utilizavam, a prisão e a solitária, a balística, a neurobalística e a pirobalística, arco e flecha, besta, catapultas e canhões, balas e calibres, a influência das armas na arquitetura. Como atividade lúdica, um canhão cibernético dava ao visitante a sensação de operar um canhão colonial, atirando num navio pirata virtual, podendo ser destruído pelos canhões do navio caso não o acertasse. 

Memórias do Forte




Em memórias da cidade, contávamos a história de Salvador, através de uma maquete, representando a invasão holandesa de 1624, com a frota posicionada na baía de todos os santos, de televisores com imagens antigas, um vídeo sobre o sistema fortificado de Salvador e de dois simuladores giratórios, que mostravam o perfil da cidade nos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, enquanto o operador podia comparar com o perfil atual.






Anésio Ferreira Leite
Diretor Presidente da ABRAF
+55 71 9122-8776 / +55 71 8882-8776
e-mail: abraf.presidencia@gmail.com

Comentários

Postagens mais visitadas