A INFLUÊNCIA DAS ARMAS NA ARQUITETURA





Desde os primórdios da humanidade que as armas influenciam o tipo de moradia humana, mesmo quando o homem vivia nas cavernas. Com o surgimento de armas mais elaboradas, no período conhecido como neurobalística, essa influência vai se tornar mais evidente. As armas desse período, o arco e flecha, a catapulta e a besta ou balestra, são armas cujo desempenho depende da força humana, o lançamento dos projéteis se baseiam na torção ou na distensão de uma corda, têm pouco poder destrutivo, são conhecidas como armas de arremesso, sua eficácia estava restrita a uma distância de 50 metros e os combates exigiam o contato físico entre os contendores, para serem efetivos os resultados. 



Torre de menagem (Castelo de Chaves - Portugal)
Foto: Google
As construções desse período eram altas, normalmente localizadas no cimo de colinas, penhascos e morros elevados de difícil acesso, concebidas para se distanciar do alcance e precisão dessas armas. Os castelos medievais, as torres de menagem e os grandes muros defensivos, são construções verticais que serviam de moradia e, muitas vezes, de moradia e de defesa. São exemplos históricos desse tipo de arquitetura, o Castelo de Santo Ângelo, em Roma, a Torre de Londres e as Muralhas da China. 



Canhão "Les invalides" - Foto: Google

Com o surgimento do canhão, ingressamos no período da pirobalística, quando a impulsão dos projéteis se dá pela explosão da pólvora. O poder destrutivo é muito maior e vai determinar o aumento da distância entre os combatentes. A nova arma tem a capacidade de destruir, com relativa facilidade e à distância, as construções verticais do período da neurobalística. A arquitetura vai mudar, deixa de ser vertical e passa a ser horizontal, alongada e de pouca altura. Era um novo conceito. São exemplos, as fortificações militares do Brasil. 

Exemplo de fortaleza horizontal - Forte Nossa Sra. de Mont Serrat
Foto: Mariana Lazari

Claro que as coisas não aconteceram de forma estanque, houve um período de transição em que as armas da neurobalística conviveram com a nova tecnologia da pirobalística. Exemplo disso, foram os embates de portugueses e espanhóis com os nativos da América, recém descoberta. 


Canhão da 2ª Guerra Mundial - Foto: Google
Os canhões evoluíram, tornaram-se mais e mais potentes, aumentaram a distância entre os inimigos no campo de batalha, Podiam atirar a distâncias de 40 km ou mais, a exemplo do que vimos acontecer na 2ª Guerra Mundial. 


Apesar do desenvolvimento das armas e tecnologias associadas, que levou o homem a ter um poder destrutivo universal, quando acreditava não mais precisar da arquitetura para defender-se, eis que, para sobreviver, manda construir o que chamo de prédios invertidos, ou seja, construções subterrâneas, para proteger-se dos efeitos deletérios dos artefatos nucleares, pensando que estará livre. Uma guerra sem limites colocará em risco a humanidade, talvez tenhamos que voltar, às cavernas, ao tacape e ao arco e flecha, se a insensatez humana assim o determinar.







Anésio Ferreira Leite é militar,
formado em administração de empresas e 
recursos humanos.
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Comentários

  1. Agora nao mas no passado infuienciaram muito de facto a arquitectura,obrigado por relembrar

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