Diversidade, alegria e devoção na Lavagem do Bonfim
Aconteceu nesta quinta-feira (12) a tradicional lavagem do Bonfim. Antes da saída do cortejo oficial, no bairro do Comércio, foi realizada uma celebração ecumênica em frente à Igreja da Conceição da Praia.
Logo após a benção inicial, baianas devidamente caracterizadas, grupos musicais e populares seguiram em direção à Colina Sagrada.
Durante o percurso de 4,5Km foi possível observar a diversidade cultural, misturas de cores, alegria e devoção. É uma prévia do carnaval, porém com a união do sagrado e o profano.
O Museu Vivo fez questão de registrar essa celebração que é muito rica e faz parte do Patrimônio Imaterial da Bahia. As imagens a seguir traduzem um pouco da importância desse evento:
Inajara Freitas - participa do cortejo há 7 anos |
"Eu participo da lavagem do Bonfim tem mais de 20 anos. Desde que eu fiz uma cirurgia e fiquei boa, prometi - ao Senhor do Bonfim - que enquanto vivesse sairia daqui [da Igreja da Conceição] até a Colina Sagrada. Para mim o melhor dia do mundo é hoje! É do dia mais feliz da minha vida!" - Maria Aldete Silva
Grupo A Mulherada - esquenta os tambores desde 2001 no Pelourinho. |
"A Igreja Católica fala que os homossexuais são abomináveis aos olhos de Deus, mas nós acreditamos que somos filhos Dele. Pagamos impostos, conseguimos viver com dignidade e com respeito. A lavagem do Bonfim é democrática - tem a parte religiosa e a profana também. Hoje estou aqui mostrando a minha sexualidade, mostrando que sou uma pessoa normal como qualquer hetero. Saio caracterizado assim - como Papa do amor - há quatro anos [na lavagem do Bonfim], abençoando a lavagem daqui até a Colina Sagrada." - Alan Santos
"É uma festa cultural que mistura devoção e fé com o profano. Mas eu acho que aqui tem muita energia positiva. Todo mundo que vai ao Bonfim, vai pela paz, pela saúde, pela alegria e pela devoção. Eu caminho como governador, como deputado e como cidadão comum. Eu acho que esse é o momento maior de abertura do ano nosso." Jaques Wagner - Governador da Bahia
Thauan Martins - Participou, pela primeira vez, na lavagem do Bonfim com os integrantes do Terreiro Onzo Gongobira Dandalunda Dunzanbi
Flores sendo distribuídas ao povo |
Imagem do Bonfim sendo exibida, ao povo, na janela central da Igreja. Muitos choraram e cantaram o Hino do Senhor do Bonfim.
A emoção tomou conta do povo. |
"Participo do cortejo da lavagem do Bonfim há oito anos. Tenho 35 anos de axé, porém só tem oito anos que eu faço o evento. Para mim é muito importante participar para trazer a paz e rezar a ele[Senhor do Bonfim], para que não tenha tanta violência. Eu peço que as pessoas sejam mais humildes e tenham mais união, principalmente quando se fala na lavagem do Bonfim que é um momento muito especial para nós quando realizamos esse ritual." - Mãe Neuza - Terreiro Onzo Gongobira Dandalunda Dunzanbi
HISTÓRICO
Foto: Google |
A devoção ao Senhor do Bonfim, na Bahia, teve início no século XVIII, através de Teodózio Rodrigues de Faria - capitão de mar e guerra da Marinha Portuguesa. Ao enfrentar uma tempestade no mar, o capitão fez uma promessa de que se sobrevivesse traria a imagem do santo de sua fé para a cidade do Salvador.
A imagem chegou em 1745. Inicialmente ficou na Igreja da Penha e só saiu de lá quando a Igreja do Senhor do Bonfim ficou pronta em 1754.
O Senhor do Bonfim não é o padroeiro da Bahia e nem de Salvador, mas é o santo mais cultuado pelos baianos e turistas!
Anderson Luis de Araújo Moreira
Museólogo - COREM 1R 0279-I
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e-mail: projetomuseuvivo@gmail.com
gostei muito mas espero mas parabens ass .
ResponderExcluirivo de logum
Muito obrigado, Ivo.
ResponderExcluirO nosso objetivo é continuar a trabalhar em prol da cultura.
Anderson Moreira