ABRAF luta para manter Forte São Marcelo aberto




A ABRAF (Associação Brasileira de Amigos de Fortificações Militares e Sítios Históricos) que desde 2006 mantém um trabalho cultural de revitalização do Forte São Marcelo, em Salvador com museu, programas educativos, exposições e eventos abertos ao público, está prestes a suspender todas essas atividades se não houver renovação do termo de cessão do patrimônio com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão responsável pelo monumento.


O trabalho desenvolvido pela ABRAF no Forte São Marcelo é considerado inédito e referência para a revitalização de antigas fortificações militares em outros países. Contudo, as atividades que mantém aberta à visitação pública o monumento histórico estão ameaçadas de serem suspensas em breve, já que o prazo termo de cessão de uso do imóvel por dez anos pela ABRAF, assinado em 13 de julho de 2000 esta prestes a expirar. Segundo o diretor presidente da ABRAF, Anésio Ferreira Leite, “o IPHAN já está cobrando a devolução do imóvel, além de ter manifestado que não pretende renovar o termo de cessão de uso da fortificação”. 


O dirigente da ABRAF, que recentemente enviou uma correspondência à deputada federal Lídice da Mata (PSB), relatando a situação e pedindo o apoio da parlamentar para permanência da entidade no Forte São Marcelo, disse que, também já recorreu, sem êxito até agora, ao prefeito de Salvador João Henrique Barradas Carneiro, ao governador Jaques Wagner e até ao ministro da Cultura Juca Ferreira. 




No documento enviado à parlamentar baiana, Anésio explicou que a ABRAF pretende para esse novo período de renovação, continuar com o Projeto Arte Forte, realizado em parceria com a Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer do Município do Salvador, estendendo-o à Secretaria de Educação do Estado da Bahia. A ABRAF ainda segundo o relato do diretor presidente, pretende também firmar com a Universidade Federal da Bahia, convênios nas áreas de dança, música e teatro para que o forte funcione como uma extensão da Universidade, um campus avançado.


O Forte São Marcelo foi aberto à visitação em março de 2006, com museu, restaurante, cantina, exposições temporárias e espaços para eventos. Desde abertura para o público, 300 mil pessoas já visitaram o local, sendo que 100 mil foram de estudantes, conforme dados da ABRAF. A entidade criou o Núcleo de Interpretação do Patrimônio, encarregado do resgate do patrimônio imaterial da nação brasileira. O museu do Forte São Marcelo também desenvolve atividades fora da estrutura física do patrimônio, participa do desfile no 7 de Setembro, no 2 de Julho, participa de eventos sociais, culturais e religiosos.


Alzira Costa
Jornalista
alzira.jornalista@gmail.com






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