Dique do Tororó




Crédito da Foto: © Ricardo Junior / www.ricardojuniorfotografias.com.br
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A designação “Dique do Tororó” é ambígua, pois o termo tororó em tupi significa jorro de água ou pequena cachoeira, corroborando para uma imagem natural do local. Enquanto dique remete à artificialidade, uma construção humana. Inicialmente, o Dique serviu como base estratégica para a defesa bélica da cidade, sendo tomado pelos holandeses entre 1624 e 1625 durante tentativas de conquistar Salvador. Por conta disso, gerou-se uma confusão na qual alguns historiadores atribuíram o Dique à uma construção holandesa. Mas o breve período da ocupação dos holandeses, que simplesmente aproveitaram a posição estratégica do Dique, não teria sido suficiente para edificar a represa. Curiosamente, depois da estadia holandesa o nome Dique passou a ser assumido. Devido à exuberante natureza que dispunha no passado; matagais cerrados, bosques, plantações, mangueiras, bambu, trepadeiras e onde habitavam um grande número de jacarés, aves e peixes, no século XVIII o Dique passou a ser regularmente utilizado por adeptos do candomblé, funcionando como uma extensão dos terreiros. 


Foto: Google

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A população da cidade em geral fazia pouco uso desse espaço, então dominado pelas lavadeiras e pescadores negros, que banhavam-se no lago, bebiam de sua água e ali também lavavam cavalos. Coberto de hortas em suas margens e farto em frutos do mar, o Dique abastecia a população local mais carente. Além da utilização de barcos como transporte de uma extensão a outra. O crescimento urbano do início do século XIX trouxe sérias consequências para o Dique do Tororó; sendo basicamente reduzido a metade de seu tamanho: dos quase 3 km de extensão que um dia chegou a ter, atualmente não passa de 1,6 km, o Dique perdeu também profundidade, anteriormente chegando a alcançar mais de 7 metros Fora isso, tornou-se um esgoto a céu aberto, com muito lixo e poluição acumulados.



Fatores como o uso desordenado do solo, desmatamento, aumento significativo do número de automóveis, que costumavam ser lavados ali sem o menor cuidado, lançamento de efluentes domésticos, óleos e poluentes de postos de gasolina contribuíram para a degradação. E a construção de aterros para a expansão da cidade foi a principal causa da deterioração e diminuição de sua extensão. O primeiro aterro no Dique foi feito em 1810 e ao serem abertas as primeiras avenidas de vale de Salvador, em meados dos anos 40, seguiu aterrando-se. Por fim, o maior aterro da região corresponde ao estabelecimento do Estádio Octávio Mangabeira (Fonte Nova). Na região havia Mata Atlântica que foi extinta para construir o estádio e áreas de estacionamentos.

Texto publicado na página Histórias de Salvador

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